Uma sensação de perigo toma conta do corpo. Não é possível detectar a ameaça, não há motivo aparente, mas o medo toma conta. Em milésimos de segundos, começam: palpitações, respiração acelerada, falta de ar, sudorese, e uma pressão no peito. O coração parece saltar, as mãos tremem, assim como a temperatura muda. A minha mente entendeu uma ameaça, e recrutou todos os recursos para me preparar para lutar.
Com quem é essa luta? Quem é o inimigo?
Um número alarmante de pessoas sofre com algum tipo de ansiedade, principalmente em virtude dos desdobramentos do cenário atual, mas não somente por ele.
Mas será que existe um nível de ansiedade funcional?
– Sim, quando nos ajuda a olhar para a frente, de forma a nos organizar, mas sem perder o “pé no presente”. Uma ansiedade adaptativa, e com função. Me preparar para uma prova, por exemplo, me leva a estudar, mas sem me deslocar em excesso do presente, e quando o evento passar, os níveis devem baixar. Assim como em outras situações.
Da mesma forma que o excesso de ansiedade, pode nos levar a uma toxicidade, com preocupações exageradas, excesso de futuro, sem nos levar a nada prático. Um sofrimento sem função.
Todos nós, seres humanos, somos capazes de sentir ansiedade, que é diferente dos transtornos de ansiedade, como: Transtorno de ansiedade generaliza, fobias, pânico, transtorno de estresse pós-traumático. Atenção: O diagnóstico de algum transtorno só pode ser feito por um médico ou profissional capacitado.
É importante também entendermos que se há sintoma, existe causa, ou causas. A pessoa não fica constantemente ansiosa, por nada.
De onde vem?
A junção de alguns fatores pode desencadear a ansiedade tóxica, por exemplo:
Fatores genéticos: Pessoas com transtorno de ansiedade na família;
Fatores de criação: Negligência ou abandono na infância. Pais emocionalmente instáveis. Experiências com colegas na escola, professores, e eventos traumáticos, por exemplos, podem servir de gatilhos para o desencadeamento dos transtornos.
Outro fator preocupante é a epidemia das redes sociais.
Como forma de se sentirem engajados, importantes e percebidos, muitos vivem uma intensa vida virtual, que acaba gerando jovens e adultos, ansiosos e dependentes.
Sintomas comuns:
Físicos: Coração acelerado, respiração ofegante, náuseas, enjoos, diarreia, constipação, dores em geral, e até problemas de pele: alergias, manchas irritações, quedas de cabelos;
Mentais: Baixa concentração, pensamento acelerado, medos excessivos, irritabilidade, vontade de fugir.
No próprio veneno, esta o antídoto. Já percebeu como é a respiração de uma pessoa ansiosa? Rápida! E o coração? Acelerado!
Existem alguns exercícios que podem ajudar a acalmar, em dias mais difíceis.
* Respiração diafragmática:
Inspire contando mentalmente até 6, pelo nariz, segure o ar por 3 segundos, e expire contando mentalmente até 10, pela boca.
Sinta o ar encher os pulmões e o abdômen subir; segure o ar dentro dos pulmões, conforme sugestão acima; expire pela boca, esvaziando os pulmões e a barriga, contando de forma regressiva; repita o processo duas ou três vezes, depois continue respirando pelo abdômen sem contar tempos, de forma lenta e tranquila.
* Relaxamentos guiados, também são exercícios importantes e ajudam a relaxar.
Com o relaxamento, você estimula a saída do estado de ativação, estimulado pelo sistema nervoso simpático, e caminha para o estado de relaxamento, ativando o sistema parassimpático.
E ainda, quando desenvolvemos atividades para reduzir o estresse, isso também é percebido pelo nosso corpo e mente. Outras formas possíveis: meditação, orações feitas com fé, massagem, convívio com a natureza, brincar com crianças, animais e a prática de atividades físicas não competitivas.
No momento em que estamos atravessando, a nossa mente pode lutar contra alguns inimigos.
– Reais ou imaginários?
– Tudo aquilo que ela entende como ameaça. Se é real ou imaginário, pouco importa para ela. O importante é lhe proteger!
– Mas como ela me protege?
– Preparando seu sistema para lutar ou fugir!
“A reação de lutar ou fugir, também chamada de reação de estresse agudo, foi descrita pelo fisiologista Walter Bradford Cannon em 1927. Sua teoria diz que animais reagem às ameaças com uma descarga comum do sistema nervoso simpático, fazendo com que o animal permaneça e lute, ou fuja para se defender. “Sim, temos um cérebro reptiliano que, apesar de termos evoluído bastante em termos de cooperação, ele define as regras da sobrevivência. É enigmático, irracional, de dimensões primitivas, predominante no comportamento humano.
Existem técnicas e manejos terapêuticos que podem lhe ajudar a administrar melhor suas emoções e sentimentos, e assim, melhorar a sua qualidade de vida.
Você não está sozinho, busque ajuda!
Não esconda o seu brilho!
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